terça-feira, 31 de janeiro de 2012

domingo, 29 de janeiro de 2012

domingueira na bahia



Arroz e feijão do entretenimento contemporâneo, presente em filmes, jogos, músicas e livros, a guerra é um tema que parece não esgotar.
Talvez isso ocorra pelo próprio conceito de guerra ter perdido seu valor, ter tornado-se um lugar comum da linguagem usado para indicar desconforto entre duas partes, uma intriga besta qualquer.
É que não foi só a Guerra, mas a própria morte foi banalizada.
Nos noticiários, a morte é mais falada do que a vida, e nosso entendimento, queiramos ou não, vai calejando-se dela.
Assim, numa guerra civil como a de Pinheirinhos, ao compactuarmos num silêncio conivente, além de outros tantos fatores políticos e culturais, estamos afirmando, principalmente, uma escassez e uma renúncia de humanidade perante convicções acerca de ordens e contratos sociais, as leis, em uma submissão a idéias das quais sem nem sequer refletirmos acerca de suas validades, obedecemos.
Mesmo que todo a nossa esfera ética de entendimento esteja ao lado das pessoas que ocuparam o local, ainda assim, prevalece em nosso veredicto a lei, pois o que vale para um, deve valer para todos, e se é proibido ocupar, é proibido ocupar, não importa quais sejam as variáveis envolvidas.
Como pode um sujeito que acredita ser do bem, acatar um método tão racional e irredutível como esfera maior de decisões pessoais, mesmo que ela vá contra aquilo que acredita?
Uma mesma generalização de direitos e deveres, tão sagradamente intocável quando diz respeito ao cidadão comum, mas que não atinge em nada o topo da cadeia social, que segue sempre impune.
É como a própria democracia, sob a qual maldizemos e desacreditamos diariamente os políticos, mas mesmo assim nos dirigimos de quatro em quatro anos para validar não só o que fazem, como também o próprio sistema que dá brecha para atuarem assim, e, conseqüentemente, um sistema de leis feito artesanalmente por eles, e para os interesses deles.
Dizem aqui no almoço: E se todo os que não têm o que comer resolverem roubar os supermercados, que fim isso vai ter?
Utopias, utopias, eu gostaria que o fim fosse um em que repensássemos a dinâmica geral das relações de troca.
Mas realidade seja dita, o fim será baseado em opressão, pois a própria polícia, materialização urbana da força, é uma entidade treinada não para questionar, jamais, mas para apenas cumprir.
Partindo do pressuposto que todos nós sabemos tudo isso, acho que as coisas continuam na mesma, pois o medo ainda é maior do que qualquer boa intenção.
Fator antropológico, biológico e psicológico, através do medo construímos nossas vidas, sempre guardando alimentos para um inverno que ainda não sabemos qual será.
(E se já eram raras as cigarras nesta história de mundo, agora ainda são terceirizadas pelas formigas.)
E nesse guardar comida, nesse certificar-se de que haverá dinheiro, nessa garantia de propriedade, as leis são bem camaradas: quando obedecidas, garantem nossos direitos e nossas coisas como sendo nossas.
Somos essencialmente egoístas e é difícil mudar. To falando porque to tentando, mas é difícil, porra.

Até!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

sexta passou

Tinham construído a casa no limite da selva, orientada para o sul evitando assim que a umidade dos ventos de março se somasse ao calor que a sombra das árvores atenuava um pouco.
Quando Winnie chegava
Deixou o parágrafo no meio, empurrou a máquina de escrever e acendeu o cachimbo. Winnie. O problema, como sempre, era Winnie. Quando tratava dela a fluidez se coagulava numa espécie de
Suspirando, apagou numa espécie de, porque detestava as facilidades do idioma, e pensou que não poderia continuar trabalhando até depois do jantar; as crianças logo iam chegar da escola e ele teria que preparar o banho, fazer a comida e ajudá-las nos seus
Por que no meio de uma enumeração tão simples havia como um buraco, uma impossibilidade de continuar? Era incompreensível, pois tinha passagens muito mais árduas que se construíam sem nenhum esforço, como se de algum modo já estivessem prontas para incidir na linguagem. Obviamente, nesses casos o melhor era
Largando o lápis, pensou que tudo se tornava abstrato demais; os obviamente os nesses casos, a velha tendência a fugir de situações definidas. Tinha a impressão de estar se afastando cada vez mais das fontes, de organizar quebra-cabeças de palavras que por sua vez
Fechou abruptamente o caderno e saiu para a varanda.
Impossível deixar essa palavra, varanda.


Julio Cortázar

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012


não sei a quantas anda a memória de vocês, mas eu fiz um storyboard pra um irmão meu, o pacote, e eles gravaram o clipe pra um concurso ae. Fico bem fera. É legal ver uma coisa que desenhei concretizada no mundo real. Se é que existe um mundo real. Sabe, a realidade é dura mas ainda é o único lugar onde se pode comer um bom bife. Disse Woody Allen, que aliás fez meia noite em Paris, um filme onde nessas de realidade, o Hemingway aparece em uma paralela, dentro do filme. To lendo um livro foda dele, por quem os sinos dobram, que anda me tirando o sono. Digo, prefiro ler de noite do que dormir, só que depois fico podre o resto do dia com uma cara de cu. Escolhas, escolhas. Assistam ae, divulguem se der, que pros manos ganharem eles tem que ter o maior número de acessos, ou vencer no júri técnico. Prefiro que vençam na segunda, acho a primeira forma de decisão uma bosta. Aliás, acho a segunda tão bosta quanto. É, esse sou eu e essa é minha cara de cu por não ter dormido de noche.
Hasta.

quinta cedo


se agora o  resta são vontades, das representações talvez alguém tenha conseguido se safar, por hora e por obséquios. um cheiro de incoerência que só pode ter vindo de dentro, pois que só de dentro é possível ainda sair para fora, de resto é pura masturbação, filme b que foi gravado para ser sucesso, show de talentos não frequentado nem pelos pais dos alunos, indíos cortados num ângulo que não amargue a carne. é esse ser novo, de novo, rabugento, por dentro, não sabem por fora, a fauna e flora, fervendo junto com o tambor da metralhadora, dedões em riste, gatilhos gastos, ninguém restou, além do meu ego que vai acordando com gosto de café solúvel no céu da boca e um torrão feito só de pensamentos sem graça, algo a ver com a estrutura de uma alma cigana que corre sim em fúria, não de algo, mas por serem verdadeiramente parte de certo algo, uma explosão de águas e peixes que só poderia ser contida por uma represa daquelas, tão bem fundada que só se fosse feita com os restos das ambições de lindas prostitutas, sonhos de fracassados que acabam escrevendo para não ter que frequentar escritórios, ainda na sorte de só a terceira opção serem as fábricas. é meu filho, preto velho falou já que a realidade é dura para quem a vive. é mais fácil apenas para quem é espectador conivente.  a escolha de viver e compactuar com o mundo é que não tem jeito. é quando a salvação torna-se um vago conceito escondido atrás do forro do livro mais chato, que só será rasgado e lido no inferno, quando o diabo, esse cuzão que aqui sempre ri de nossas piadas, por lá, quiser que saibamos o que perdemos, o bilhete de primeira classe trocado por uma maçã que nem matar a fome matava, o som de teclas que não substituem nenhum outro som que seja, o silêncio inalcançável dos dias de ontem.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

quarta feiga

Voltei. Tava fazendo uma porrada de provas seguidas e amontoadas, agora acabou.
Decidi essas férias, lendo Alice, que cansei de não saber meu tamanho.
Tá na hora de assumir certas responsabilidades e parar de achar que a
vida é a festa do café.
Lendo o Mário e o Oswald que te comeram atrás do armário de Andrade,
flagrei uma coisa foda: ninguém cria aquilo que gostaria de ser, mas
cria aquilo que é.
E saber isso tornou meus passos mais livres, pelo menos quanto a
pisarem terrenos presentes.

Da Irlanda eu trouxe um vinil do MFDoom pro Mouro, mas perdi assim que
cheguei no Brasil. Passados meses de procura, ele me pergunta por
email sobre porra do Vinil. Eu disse que ele não estava preparado pro
Vinil que só iria aparecer quando ele estivesse. Passados dois meses
que não nos falavámos, ele me manda uma mensagem de madrugada falando
que nunca se sentiu tão bem e com tanta energia pra nossos projetos,
de viagens a livros, de beats a garotas argentinas. Na cagada,
encontrei naquela manhã o vinil.

Terminam o que tinham que terminar. Acho bonita pra caralho essa frase. Vai ser o fim do meu primeiro livro, quando eu escrever um, daqui uns 10 anos. Se eu escrever. To cada vez mais chato.

To terminando o que eu tenho que terminar. Em primeiro a parada que faço com o Bandido, um quadrinho ae. To pegando firme de ter uma rotina de desenhar todo dia uma página dele, ou refazer as primeiras que conforme o tempo vai passando vou detestando.

To na pira das guerras agora. Essas madrugadas que fiquei na minha ex casa bebendo com o endrigo na sala, conheci Call of Duty online. Como não tenho um play 3 e provávelmente não vou ter, peguei na biblioteca por quem os sinos dobram, do Hemingway. Acho que ainda tenho muito medo de muita coisa nessa vida. Estar numa trincheira dever ser uma experiência interessante para quanto a isso. Wittgeinstein, sujeito que nada entendo, formou-se firme um puta filósofo foi numa trincheira. Anita Malfati, num quase acidente de trem. Tyler Durden também capotou de carro pro outro sentir isso. É, pensamentos assim são nocivos, vou nessa.

domingo, 22 de janeiro de 2012

domingo

                                                                Provas e mais provas
                                                                não provam, comprovam
                                                                                              que pra passar adiante
                                               um passo para trás
                                              não é de tudo capaz

                          dois três, até vai
já mais de cinco
não adiantam
jamais

deixo o adiante
pra lá







-

sábado, 21 de janeiro de 2012

uma isca de polícia

não não não
não não não
são paulo é outra coisa
não é amor exatamente
é identificação absoluta
sou eu
eu não me amo
eu não me amo, mas me persigo
me persigo
bonita palavra perseguir
perseguir
em tudo o que sua etimologia sugere e confessa
eu persigo são paulo

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

quarta feira, é dia de feirinha

se eu não fosse o meu dono,
não fosse irresponsável
o meu contorno seria
ao da sua vida empregável
se eu não fosse o meu dono
meu próprio cão imprestável
eu não diria por carta
seria mais descartável
eu por você já me prego
eu me empresto, me afasto
do asfalto em dias de chuva
te trago o mais intragável
encontro em caixas no armário
pedaços restos de deus
com amassos fora de horários
fino da fossa dos seus
dias de banhos gelados
antropofarinha concreta
que não se cheira tão fácil
amor, garota, na certa
é o desconsiderável
Sei dos caminhos que chegam
Sei dos que se afastam
Conheço como começa
Como termina o que faço
Só não sei como chegar
Ao nosso próximo passo
Ontem, meu bem, contei até cem
Hoje já não sei, hoje já não sei
Ontem, meu bem, contei até três
Hoje só pensei, hoje só pensei
Sei que me encontro sozinho
Sei também quando me acho
Sei tudo o que você acha
O buraco é mais embaixo
Foi um achado te achar
Perdido acho diacho
Meu bem, porque não vens que tem?
Ontem eu pensei, ontem eu pensei
Meu bem porque não vens de uma vez?
Hoje eu já não sei, hoje eu já não sei






beneditojoãodosantosilvabeleléuvulgonegodito no país da alice

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Eu só a encontrei uma vez na vida, e mesmo assim ela sabe mais de mim do que eu imagino, quando por mensagem, as duas da tarde, diz que eu a amo, mas sou muito autodestrutivo pra aceitar um sentimento assim, rápido, exigente, doentio. e eu me forço a assistir o desenho animado mais idiota possível pra que nem passe na minha cabeça a vontade de chorar, porque seria de raiva, como sempre foi, nunca tristeza. Pressão interna não é problema de escafandro.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

primeiro dia de vestibular da unicamp.
pensar que eu pensei que nunca mais ia passar por essa besteira toda pra passar minha vida pra frente.
enfim, ta sendo gostoso quanto a ver o quanto eu mudei e tanto.
por exemplo, de  saber que não é uma faculdade que vai passar minha vida pra frente.
que fazer o ensino superior nada mais é do que ter a sua disposição as ferramentas, um manual de uso e talvez, quem sabe, ainda te mostram alguns problemas do edifício.
não me arrependo dos dois anos de filosofia que cursei.
pelo contrário. se eu pudesse voltar 4 anos no tempo, quando eu sai de pinhal e passei a morar aqui na casa do endrigo e do broa, caso eu ainda conseguisse manter minha consciência sobre o futuro que seria meu passado naquele momento, aí eu acho que prestaria de novo.
comecei a frase querendo dizer uma coisa, mas no decorrer dela percebi que viagens no tempo são coisas complicadas.
a fita é que eu faria de novo pelas tantas coisas e pessoas que conheci, e sem querer hierarquizar as coisas, mas já, pelo Mouro e pela Mari, principalmente.
meus anos de filosofia eu sempre vou lembrar dos dois, e de toda a consequencia de ser amigo deles.
o que sou hoje em dia é muito deles.
mas é muito mais do tarantino.
Ontem eu vi um filme dele, caralho que foda.
eu pra filme sou zuado, assisto um por mês e olhe lá.
sorte que colocaram cães de aluguel aqui ontem e eu fiquei vendo até o fim.
puta que pariu, o jeito como a história roda e roda, sem manter um foco exato parece até com a câmera dele.
o bom e velho submundo criminal dos jogos, trapaças e dois canos fumegantes, onde só o que se tem é a confiança entre parceiros que nem sequer sabem os próprios nomes, e por isso mesmo estão sozinhos.
Só o que resta é aquela velha vontade de viver, que fica ali da agulha, bem atrás da sua última bala, aquela que não pode falhar, e se, aí você acaba num porta malas amarrado, até que te joguem num galpão cheio de gasolina e cortem sua orelha.
isso é coisa que mexe comigo.
não a tortura, mas o perigo de viver.
esse não saber o que vai acontecer logo menos.
coisa provavelmente repudiada pela garota
que ontem estava tremendo de ansiedade e chorando antes do vestibular, achando que aquela entidade educacional vai se preocupar de verdade com ela
que, se é que é possível financeiramente, nos outros todos aspectos é impossível construir um chão sólido para todos os seus anos.
garota, acredite, você está sozinha no mundo com uma arma e 100 balas.
e precisa encontrar quem fez isso com você.










até mais, um som meu de mouro e um de mari

sábado, 14 de janeiro de 2012

sábado

avesso do revés
assunto perpetuado
k7 de tempos de puro tédio
menor que ou igual a tristeza atual
deformação geométrica dos sentimentos
sinais de radio vitais interceptados
houston tranquilo dormindo sem alheios problemas
o garoto mais sedento do mundo
agora é mais velho até que o jaime
maço de cigarros no truco
por favor de uma coxinha mais um copo de óleo
de um café pingado com uma chapada
sen nenhuma salvação possível
relação única do mundo
último episódio de caverna de dragão
e amor verdadeiro

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

sexta






















ando pensando muito em escafandristas, cigarros e polvos.

Depois de hiatos filhasdasputas, hoje termino o muro que comecei a pintar ali na avenida. A parede deve estar duas vezes mais grossa das tantas vezes que passei tinta branca e recomecei os desenhos, mas com certeza to com uma parede de otimismo duas vezes mais grossa também: as pessoas são boas, manos.
E meu velho pensamento de que as pessoas são solitárias e tristes eu deixei pra trás. Até porque, se são, não eram quando paravam lá pra falar o que estavam achando do muro. E as pessoas, pra mim, são as que estão comigo, naquele momento. Depois, elas são problemas delas. Quando comigo, em geral são boas, muito boas.
E essa interação é a diferença essencial entre grafitar um muro, algo muito mais material, e desenhar de nanquim no quarto, ouvindo um som e intermitando alguns estudos neste meio, o cúmulo do abstrato.
Não é de agora essa questão.
Humanos, e principalmente os que decidem produzir algo artístico, sempre estão perdidos neste campo do meio, entre integrar-se ao ambiente natural que pertencem, ou pagar com a angústia e o pavor da solidão a soberba romântica do seu próprio isolamento, com tudo que ele pode gerar.
Ambas as ações se completam, e em suas contradições ainda refletem a dificuldade de relação entre indivíduo e coletivo.
Já faz tempo que a existência não é necessariamente justificada com uma finalidade no além e existir tornou-se uma busca de significado no mundo.
Ou se vive da relação com os outros e o eu se dissolve numa relatividade sem fim, e é a vida, ou o eu se absolutiza e corta qualquer relação com o outro, e é a morte.
É possível não anular o uno no múltiplo, nem a liberdade na necessidade?
Sei não.
Até amigos,

Um rap tuga que to ouvindo e curtindo por bosta, sam the kid:

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Muitos invernos
Amen
livrei-me do mal
Enfiar matinalmente a vasilha de sucrilhos na cabeça
do tigre
dois tragos
Enfim marginalmente avalio os descarrilhos da certeza
livrem-se dos livres do mal
Amem
mudos, os infernos

sábado, 7 de janeiro de 2012

Bebo mais do que o esperado e no caminho de casa vejo meu copo deixar de ser descartável ao cair numa briga de adolescentes desconhecidos que já nem mais lembram de suas desavenças para só me odiar por tê-los sujados por fora

sábado

Falei que ia relacionar Jesus por fim com aquela história toda, mas neste lapso de dois dias eu já mudei de idéia quanto ao que eu disse.
Primeiro pois, empiricamente, fui devastado por um poema que fazia exatamente aquilo que disse eu detestar.
Segundo, pois, discutindo, percebi que busco coisas que nem sei bem o motivo. Sou o rei dos pressupostos infundados, mas agora pelo menos aceitando ser preciso revê-los e revalidá-los antes, ou durante, o inevitável processo de ficar bandeiras de convicções.
Ridículo, eu sei. Eu sou ridículo.
Terceiro, Kandinsky apareceu.
Será que a forma das coisas é tão importante mesmo?
No processo de tradução de impressões em expressões direcionadas, até que ponto são relevantes as decisões racionais do artistas (decisões formais)?
Vejo umas telas do menino, e o mais profundo que percebo é que nem sei direito o motivo de eu querer fazer todas essas coisas que faço na minha vida. Inquietação por inquietação cansa.
Ontem enquanto eu grafitava um muro, um camarada passou por lá e conversamos durante um tempo, até que ele precisou ir embora pois tinha de assistir televisão e mexer na internet.
O momento em que perdi essa leveza da minha vida é o momento mais triste dela.
Apesar deste texto não parecer, estou bem feliz hoje.
É que de pouco em pouco os filhos vão seguindo seu próprio caminho no mundo, independente da esquizofrênica bipolaridade de seus pais.
Até.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012








Parte de um storyboard que fiz com uns camaradas que vão gravar um curta que hoje fez de tudo pra dar errado, mas provavelmente vai dar mais certo do que os putos esperavam.
é nói

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Olá, que tal?


Vou tentar juntar suscintamente de uma só vez os meus atuais pensamentos sobre poesia, ícones, moral e Jesus.
Considerando desde já que pra minha idade eu já sou bem chato, e que a tendência é eu piorar cada vez mais, digo:
Cansei de poesia com cara de prosa.
Pensando ainda que, para mim, já deu de prosa realista-naturalista.
Poesia expositiva me dá preguiça.
E não digo isso só ideologicamente,
é que tanta coisa que ando lendo me soa falso.
É como se tentassem não parecer aquilo que não querem ser, e logo
Tentam parecer algo que não são.
E ideologicamente saturou-se a forma, é o que penso.
Desconsideração com as coisas sempre foi uma coisa que pesei pra ficarmos atentos
digo, sempre fui chato.
Não posso desconsiderar a política, o momento histórico, a bagagem cultural.
Não posso desconsiderar o que já foi feito em termos de linguagem.
Não posso desconsiderar que o mundo não faz sentido.
E principalmente,
não preciso colocar isso tudo na minha poesia, mas pelo contrário
minhas poesias preferidas são as que não tratam de nada disso,
minhas poesias preferidas tratam de relacionamntos,
de crises existenciais, da puta tristeza dos dias
e, creio eu, os poetas que mandam bem quando fazem isso
parecem não desconsiderar as coisas essenciais,
e se o fazem, é porque QUEREM
e criam uma coisa com corpo,
e não uma coisa qualquer lá,
diluida pra caralho
que não precisava ter sido escrita
mas foi
e foi escrita
por uma geração cheia de escritores
que só quer ser escritores
por todo o requinte inerente a este ofício
escritor
que merda, que merda, que merda
escritor de verdade, sabe que joga diariamente sua vida na lata do lixo
que é uma merda que você entrou e não consegue sair
já os outros,
ou por coincidências,
ou por facilidades e atalhos,
ou por dedicação servil ao ofício de escriba
fizeram da escrita seu ofício
como podiam ter feito com qualquer outra besteira
e o mais ridículo é que não percebem,
que se o público fosse um pouquinho mais exigente
já os teria trocado por uma fotografia
um filme,
um quadrinho,
ou um bom rap.
é uma fita que falei aqui uma vez.
Quando a poesia parou de usar rimas, nunca ia imaginou que um estilo musical
as tomaria para si e as embutiria em sua forma
nem que quando parou de usar imagens
os quadrinhos e os cinemas, PÁ! , tomaram também.
percebem que
no mínimo é uma coisa a se pensar.

me alonguei muito, no próximo texto enfio jesus pro meio desta história.
até!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

e agora sou um punhado de punhados apanhados pelas ruas, que das utopias sobrou-me só a mais fraca, que nem contorno identifico, e se nem com dono me disciplino, desço pro bairro de coleira arrastando no chão, metralhando tiros pra cima pra ver se daqui anos uma outra gravidade os atrai, ou aquela mesma uma, ou eu mesmo.