Primeiro pois, empiricamente, fui devastado por um poema que fazia exatamente aquilo que disse eu detestar.
Segundo, pois, discutindo, percebi que busco coisas que nem sei bem o motivo. Sou o rei dos pressupostos infundados, mas agora pelo menos aceitando ser preciso revê-los e revalidá-los antes, ou durante, o inevitável processo de ficar bandeiras de convicções.
Ridículo, eu sei. Eu sou ridículo.
Terceiro, Kandinsky apareceu.
Será que a forma das coisas é tão importante mesmo?
No processo de tradução de impressões em expressões direcionadas, até que ponto são relevantes as decisões racionais do artistas (decisões formais)?
Vejo umas telas do menino, e o mais profundo que percebo é que nem sei direito o motivo de eu querer fazer todas essas coisas que faço na minha vida. Inquietação por inquietação cansa.
Ontem enquanto eu grafitava um muro, um camarada passou por lá e conversamos durante um tempo, até que ele precisou ir embora pois tinha de assistir televisão e mexer na internet.
O momento em que perdi essa leveza da minha vida é o momento mais triste dela.
Apesar deste texto não parecer, estou bem feliz hoje.
É que de pouco em pouco os filhos vão seguindo seu próprio caminho no mundo, independente da esquizofrênica bipolaridade de seus pais.
Até.
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