segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

primeiro dia de vestibular da unicamp.
pensar que eu pensei que nunca mais ia passar por essa besteira toda pra passar minha vida pra frente.
enfim, ta sendo gostoso quanto a ver o quanto eu mudei e tanto.
por exemplo, de  saber que não é uma faculdade que vai passar minha vida pra frente.
que fazer o ensino superior nada mais é do que ter a sua disposição as ferramentas, um manual de uso e talvez, quem sabe, ainda te mostram alguns problemas do edifício.
não me arrependo dos dois anos de filosofia que cursei.
pelo contrário. se eu pudesse voltar 4 anos no tempo, quando eu sai de pinhal e passei a morar aqui na casa do endrigo e do broa, caso eu ainda conseguisse manter minha consciência sobre o futuro que seria meu passado naquele momento, aí eu acho que prestaria de novo.
comecei a frase querendo dizer uma coisa, mas no decorrer dela percebi que viagens no tempo são coisas complicadas.
a fita é que eu faria de novo pelas tantas coisas e pessoas que conheci, e sem querer hierarquizar as coisas, mas já, pelo Mouro e pela Mari, principalmente.
meus anos de filosofia eu sempre vou lembrar dos dois, e de toda a consequencia de ser amigo deles.
o que sou hoje em dia é muito deles.
mas é muito mais do tarantino.
Ontem eu vi um filme dele, caralho que foda.
eu pra filme sou zuado, assisto um por mês e olhe lá.
sorte que colocaram cães de aluguel aqui ontem e eu fiquei vendo até o fim.
puta que pariu, o jeito como a história roda e roda, sem manter um foco exato parece até com a câmera dele.
o bom e velho submundo criminal dos jogos, trapaças e dois canos fumegantes, onde só o que se tem é a confiança entre parceiros que nem sequer sabem os próprios nomes, e por isso mesmo estão sozinhos.
Só o que resta é aquela velha vontade de viver, que fica ali da agulha, bem atrás da sua última bala, aquela que não pode falhar, e se, aí você acaba num porta malas amarrado, até que te joguem num galpão cheio de gasolina e cortem sua orelha.
isso é coisa que mexe comigo.
não a tortura, mas o perigo de viver.
esse não saber o que vai acontecer logo menos.
coisa provavelmente repudiada pela garota
que ontem estava tremendo de ansiedade e chorando antes do vestibular, achando que aquela entidade educacional vai se preocupar de verdade com ela
que, se é que é possível financeiramente, nos outros todos aspectos é impossível construir um chão sólido para todos os seus anos.
garota, acredite, você está sozinha no mundo com uma arma e 100 balas.
e precisa encontrar quem fez isso com você.










até mais, um som meu de mouro e um de mari

Um comentário:

  1. O que mais ficou da minha faculdade, foram as pessoas que conheci, e as poucas e boas que seguem até hoje de algum modo junto à mim.

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