sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Com execpção de mariana e pedrenrique, que eu sempre estou dando gibis de presente, pois sei que vou ler todos juntos com eles depois, para todos os outros seres humanos eu sempre dou algum desenho meu. Da minha parte, um híbrido de egoísmo com pobreza.  Só que esse fim de semana estou aqui em são paulo para o aniversário do meu irmão e decidi ao invés de um desenho, presenteá-lo com uma poesia da Marina Colasanti que eu ouvi o Abu declamando.

Eu não sei até que ponto eu sou tosco de dar esses presentes, mas o que eu queria saber é se realmente é possível essas coisas marcarem alguém. Isso, marcar. É petulância demais achar que da pra mudar alguém, eu já não sou mais tão tontinho como eu era.

Sei que o que queremos é marcar os outros, porque no fim é isso, estamos querendo deixar nossos carimbos de existência nos outros, uma impressão qualquer de que passamos por aquela vida, uma bandeira cravada pra comprovar o velho papo do velho amigo do whyskey, aquela história sobre lembrar e sermos lembrados.
Só que talvez essas coisas não sejam tão importantes para as outras pessoas como são para mim. Eu queria saber a partir de que momento uma poesia, um desenho ou um som conseguem criar uma comunicação, uma ponte que mostre que do outro lado daquilo tem um cara que tem uma intenção.

Se eu ainda conseguisse ficar na minha com minhas coisas e tudo o que penso, eu seria mais feliz. Mas se fosse assim eu também não ligaria para um monte de amigos que eu tenho e que são um bando de cuzões. Não comigo, mas são. Eu também não escreveria as cartas todas que eu escrevo e já escrevi, mesmo sabendo que por fim aqueles meus minutos de nanquin iam acabar servindo de rascunho pra alguma besteira qualquer.

Meu grandecíssimo amigo jorge Luis disse que não importa se o que damos são perólas aos porcos, que o importante mesmo é dar. E se tem uma coisa que eu aprendi da pior maneira possível, e que com certeza vou levar pra adiante, mesmo que eu continue tropeçando e me esculhambando todo e acabando de mãos abanando sozinho, é que eu não consigo ser de outro jeito.  

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