quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Os que convivem comigo sabem que eu estou um chato. Se pá que eu sempre fui, mas agora com essas variações de humor gigantescas, encontrar-me tornou-se um grande jogo de sorte e azar, onde você pode se deparar com um curi em êxtase de euforia pela vida, querendo curtir cada coisa e estudar e produzir, ou também pode encontrar o curi das profundezas, um ser abissal e descontente, difícil de se distinguir do chão.Os que não convivem, talvez percebam pelos textos do outro blog, e pelos desenhos cada vez mais pesados e leves ao mesmo tempo.

Nessas de ficar caminhando num universo dicotômico, novas coisas estão acontecendo. Por um exemplo, eu nunca fui de chorar. Sempre achei legal ver as pessoas chorando e sempre respeitei pra caralho. Mas até então nunca tinha funcionado para mim.

Vidas secas é um livro de uma sutileza e exatidão gigantesca.  A atmosfera que ele cria e a unidade que esse escritor tinha com a obra dele, refletem de uma forma tão consistente o sentimento dele de mundo, que não há como não aceitar que estamos diante de uma coisa infinita, algo novo e forte. Mano, esse cara conseguiu mostrar o mais profundo da gente, a tristeza mais triste que eu já me deparei na vida, uma tristeza seca.

Graciliano não é o tipo de cara que discursa e discursa, e depois pega o fuzil na mão e vai gritar revolução e matar o líder opositor. Graciliano é o tipo de cara que fala em tom sério e firme uma só verdade, e ela é tão pura que nem chega a ser um ataque. Só que essa verdade derruba de uma vez todos os inimigos, todos os amigos, e talvez até o tenha derrubado. E depois desse capote, se for pra levantar, não há como não levantar diferente. É o que penso.

E hoje neste mar canhoto, não foi nem a morte da Baleia que derrubou esse curirim.  Foi uma irremediável vontade que uma garota tinha de possuir uma boa cama, como é a cama de um certo Tomás da Bolandeira.

Do caralho. E foda.

3 comentários:

  1. A realidade mexe com a gente, por mais alheios que tentamos ser, do texto do Graciliano, à novela, a história de um andarilho que encontramos em um ônibus, tudo que é verdade mexe com a gente, tudo que é limpo, e sai leve, não te força a imaginar, te coloca na cena e no lugar da história.

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  2. sabe,acredito que bem no fundo,busquemos a ficção como uma fuga da realidade (óbvio), mas existe algo mais interessante ainda,quando buscamos uma ficção altamente REAL, aí eu me pergunto "o que,lá no fundo,estou querendo?", às vezes penso,penso,e chego a conclusão de que quero a realidade,mas com um toque lírico, quase mágico.é isso q a "ficção real" faz, ela toca em pontos q achávamos estarem calejados, mas que na verdade ainda são muito sensíveis, e que bom que ainda são sensíveis.

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  3. cacete,não consigo mais postar os comentários em meu nome.sou a seguidora Juliana Silva,e o comentário acima não foi c meu nome, q merda.como faço? (alguém me ajude)

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