quarta-feira, 21 de março de 2012

e ontem eu vi saturno. pourra bitcho, saturno. ele existe mesmo e é grande, lento e incalculável, bem do jeito que eu não imaginava, porque eu sempre só o via em alguma revista, em algum desenho animado, e não com um telescópio e um sagaz olhar sedento pelo empírico, enxarcado com seus anéis e luas, estáticos num momento distante e em distâncias tão grandes que nossas palavras já nem fazem sentido, mesmo que alguém resolva uní-las, pensando que com um hífen seja capaz de fixar uma realidade que nunca nos coube inteligir, anos-luz de um entendimento e de uma condição somente agraciada, vez ou outra, com o fantástico que se deixa revelar para que exista ânimo de moleques solitários irremediáveis, mas ainda assim plenamente convictos de que vale a pena um dia após um outro, pra poder fixar depois um momento, e um só, o de saturno, com o seu tempo que não pretende ser capturado em relógios de pulso e compromissos inadiáveis, nem para voltar a sentar com os pés na água e essa garota que conta estrelas cadentes que só aparecem mesmo no interior, onde a luz ainda não impera, pelo menos não ainda nesse ano, e depois me diz que gostaria de ir embora, mas ainda não sabe meu nome de verdade.

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