segunda-feira, 12 de março de 2012

Já é tempo desde que deixamos nosso espaço em comum tornar-se só um espaço comum, e então no lugar de seu rosto, quando tento lembrá-lo, vejo apenas algum instrumento musical, e penso das tantas vezes e lojas que fomos de música, de como saíamos sem vergonha de não comprar nada, com a preocupação em decorar cada nota, e tirar do nosso cômodo noite após noite aquele silêncio incômodo. seria besteira pensar que de mudar já não era mais tempo, que a construção já andava a passos largos, e que tudo estava prestes a terminar mesmo. tanto que encostávamos sim nossos pés de noite, e isso nunca perdemos, mesmo que eles soubessem antes de nós que, logo menos, no momento em que as notas  fossem encobridas pelo alarme de incêncido, eles desceriam descalços e em pontas, sem que nunca a perícia soubesse o que sabíamos, dos adornos usados nas estruturas, tanta preguiça ou fingimento de só saber cifras mas berrar em partituras.

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