quarta-feira, 14 de março de 2012

quarta

Quanto mais o tempo passa, mais eu percebo que o entendimento lógico é insuficiente, incoerente e, muitas vezes, só se valida na área de conhecimento em que atua. O quão preocupante é isto? Não sei. Só sei que sou a exceção da exceção da exceção, já que dentro da américa latina, existe uma bolha chamada Brasil, que, consequentemente possui sua bolha chamada São Paulo, que também possui suas bolhas internas, como a região de Campinas, polo tecnológico, e dentro dela Barão Geraldo, subdistrito praticamente em função de 3 universidades, uma delas a Unicamp, que, de seus tantos institutos, possui uma grande bolha circundando os intitutos de filosofia e ciências humanas, o instituto de estudos da linguagem, e o instituto de artes, sendo que, cada aluno deste lugar é uma bolha de interesses próprios e frequentemente incríveis.
Por exemplo, ontem eu estava falando sobre o rap, e evidenciando os motivos que me fazem realmente acreditar que ele seja a música dos nossos tempos, como foi o jazz nos anos 50, e como finalmente temos uma música na velocidade, veracidade e peso da nossa geração, uma geração sem nenhuma grande guerra para lutar, uma geração sem nenhuma grande ditadura para combater, pelo menos não explícita, pelo menos não unificada,  mas que ainda é uma geração, e que tem em si a vontade de gerar algo.
Enfim, no fim de tudo o que falei, ela só disse que é incrível o fato de algo ser tão importante para mim e no meu mundo fazer tanto sentido e ela desconhecer totalmente. Deve ser isso mesmo, todos estamos procurando respostas, cada um do seu jeito.
Depois de ter lido os intelectuais e a organização da cultura, do Gramsci, pouco a pouco estou deixando de ser pedante e arrogante, mesmo antes eu fosse, mas, acredito, sem nem um pouco de maldade. É que, mano, existem diversos tipos de conhecimentos, o racional é apenas um deles, e se, por um momento ele é capaz, ou não, de pensar-se a si próprio, já quanto a todo o conjunto ele ainda é fálido, visto que sempre terá uma visão de fora. as pessoas todas tem o seu rolê, cada um na sua própria velocidade. E eu sou a exceção da exceção, o que tira mais ainda qualquer possibilidade de orgulho, já que sou privilegiado por bosta de sempre ter tido oportunidade para estudar e enfim cair no instituto de artes, no curso de artes plásticas, um lugar onde as pessoas ocupam-se em ter uma boa formação prática e teórica para mostrar suas próprias, individualíssimas e fantásticas visões de mundo. E isso sempre encheu a barriga existencial das pessoas, ou os poetas já teriam sido extintos. Encheu a barriga mesmo sem que saibamos ao certo se realmente o que ofereceram foi de fato mastigado, ou, na pior das hipóteses, se o que ofereceram era tragável.
Mais foda ainda é pensar que alimentaram-se, mas não passou de necessidade, como se o pensamento analítico, expositivo, dedutivo, científico, ou até místico, em certas horas precisasse parar, e então confortar-se num mundo alheio, de existência comprovada, ou, no mínimo, de origem localizada, a cabeça do artista e seus não limites.
Não temam, as parabólicas enfiadas na lama acabam de enviar uma mensagem para as autoridades dizendo que há fronteiras nos jardins da razão.
Considerar a educação sensível como prioridade nas escolas, através do contato direto com obras de arte, músicas, literatura, danças, peças e outras manifestações culturais.
Pois desperta, e de olhos abertos será mais fácil de vermos a praia melhor pra ficar.

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