segunda-feira, 19 de março de 2012

segundona

É questionável a realidade da minha realidade aqui na universidade. Moro numa república com mais 8 pessoas e somos todos brothers uns dos outros, temos uma piscina um play 3 e dezenas de instrumentos musicais. Nossas conversas sobre idiotices e mulheres são permeadas com sérias discussões de ensino, filosóficas, de arte e de literatura e quadrinhos. Eu lanço a idéia de desenhar na geladeira e todo mundo fica eufórico e abraça. As mesmas pessoas que quase, ou totalmente, varam a noite trocando idéia e indo nas festas por aí, são as que depois acordam cedo, ou nem dormem, e já vão para a aula, com uma seriedade e um respeito pelo que estudam inquestionáveis. Eu tenho aulas teóricas que se tornam aulas práticas, e isso é a melhor coisa que já me aconteceu na vida. E enfim, frente a tudo isso, é impossível que eu não me questione quanto a verdade da minha vida, que, por ser tão contrastante com a realidade geral do espaço em que vivemos, o Brasil, qual sua responsabilidade frente a isso, visto que meus estudos são bancados com verbas públicas. Acho que não existe resposta, mas talvez exista, na pergunta, uma validação da minha busca, quer dizer, desde que eu não me esqueça disso, talvez eu não me perca nos trâmites e arapucas que a babilônia nos prega, diariamente. E seguir curtindo uma vida surreal em que eu tenho um programa na rádio Muda, e entre um rap e outro blues, peço no mic um cigarro e um desconhecido aparece com um maço em plena madrugada, e além do papo, de quebra ainda me ensina a manusear o toca discos dignamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário