quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

quarta

Nunca gostei de indivíduos que se deixam dissolver num coletivo, seja ele qual for, um time de futebol, uma chapa de grêmio estudantil, um partido político, uma seita, enfim, uma instituição.
Acho estúpida essa transferência de responsabilidades, esse ridículo agir em nome de.
Se é que somos livres mesmos, o eterno preço a ser pago por essa liberdade é a necessidade de, a todo momento, tomar decisões e fazer escolhas, que atualizam nossa existência.
Os constantes abusos dos policias através da força são um problemas e responsabilidades equânimes para todas as partes, sejam os generais, que ordenam distantes, os policiais que obedecem, e nós, que sabemos o que se passa e não nos mobilizamos, de forma a não cumprirmos em nada nossa cidadania.
Sou otimista a ponto de acreditar que, tanto por parte dos policias estúpidos, quanto por parte da nossa vegetabilidade mórbida, o que se passa é também um problema de formação, e não só um problema de caráter, como o dos engravatados.
Só não consigo entender essa abdicação de valores pessoais, que todos tanto se orgulham em ter, em favor de leis que não favorecem o coletivo, pelo simples fato de serem leis.
Essa obediência civil está chegando a níveis preocupantes e não está sendo uma via de mão dupla, já que a população em geral vive num terror cada vez maior. Hoje eu subi no sol das duas um puta morro del carajo, e o dedão levantado não me arranjou nenhuma carona, e olha que a maioria das pessoas estava sozinha no carro, e todos estavam indo para um destino em comum, que era o fim deste morro-rua-sem-saída.
Desconfiança que, creio eu, as pessoas estão tentando remediar ao fingirem não ver os cacetetes em vão.
E é isso. Façamos nós o contrapeso.
Hoje a noite, lá pras 10, show protesto na USP, com Benegão, Arrigo Barnabé, Isca de Polícia, Tulipa Ruiz e Patife band.
Foquemos o olhar para refletir que a coisa ta feia. A repressão de lá é a mesma repressão daqui, talvez mais explicíta, mas tão vergonhosa quanto.
Falou feios.

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