sábado, 5 de novembro de 2011

Se pá que sábado

Cabeça minha de camaleão. Cor de atenção, depois cor de depressão, tons de euforia e por fim, divisão. Cansa. Virgínia com suas pedras amarradas caminhou devagar. Moisés, um pouco mais rápido. Justo. Eu, tenho a impressão muitas vezes de não estar caminhando. Ritmo de Dub. Eu antes de dormir envio uma mensagem pra dizer que durmi com a Maga esta noite, e pensar que eu pensei me perguntando se eu encontraria a Maga. De novo. Que pergunta. Eu até mostrei um bom disco pra ela, Roland Kirk, isso, de novo também. Ela só não trouxe seu corpo, não trouxe sua boca, não trouxe seus olhos de ciclope. Fujo pela madrugada de bicicleta e vou pra ocupação estudantil, pergunto se não precisam de alguns desenhos. Não há tempo dizem run curi run. Garota, remédios, garota. Cigarro? Resumo pra ela todos os livros do Mutarelli. É que ela tem medo dele. Pois sabe que eu gosto dele.  E sabe como eu sou. Aliás, sempre senti ciúmes da paixão doentia dela pelos silogismos. Vou deixando a calçada pra trás da calçada que estou. Sento, não disfarço e choro. Sinto aquela irreprimível saudade do tempo em que eu não precisava decidir entre ser um escritor e ser um homem. Naquele tempo eu só precisava decidir se eu assistia sessão da tarde ou cinema em casa.
















Falando em cinema em casa, quero uma casa pra chamar de minha. Uma casa com uma grama e um sofá afundável pra mim me jogar como quem joga um peso que carregou durante anos nas costas. Acordar e não precisar sair de casa. Uma casa onde as pessoas possam me procurar quando quiserem falar comigo. Merda, uma casa.
Estou aqui em Indaiatuba. Já vivi uma vida por aqui um tempo atrás. Amores, amigos, essas coisas. E agora que voltei, sinto como nunca uma impressão forte de que o mundo continua, independente de nós. E é isso mesmo, pode ter parecido pedante o que eu disse, mas minha visão curicênctrica tem que ser constantemente derrubada. Esqueço-me de que existe vida no que não está ao meu redor. Egoístas relações que relaciono com minha vontade de engolir tudo o que tem no mundo e ainda por cima apressadamente. Estar em todos os lugares. Quando eu tinha lá meus 12 anos, li um pedaço de um romance espírita da minha mãe, em que um rapaz morreu bem jovem, pois já tinha cumprido sua missão na terra. Gosto de significar este momento como o início da minha pressa e do meu desespero de fazer tudo ao mesmo tempo.







Um comentário:

  1. Oi Curii...haaammmm, queria te dizer um monte de coisas, mas não sei o que dizer! Então... por hora basta dizer que tô aqui... ok? E lendo seu blog!

    Bjão

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