quarta-feira, 9 de novembro de 2011

quarta feira

O calor tomou a cidade e deixou as pessoas fora de si. Surto de ensolação e transpiração de idéias. Idéias de merda. Todo mundo reclamando e distribuindo opiniões infundadas sobre ações políticas como a ocupação da USP e a greve por isonomia UNICAMPestre. Todo mundo opinando, todo mundo tomando uma lado nesta história, querendo mostrar que sabem se posicionar e tem uma decisão sóbria, mostrando que são inteligentes e, principalmente, estão ligadíssimos em tudo o que está acontecendo.
Na era da internet, informação chega pra todo mundo. Poucos mastigam e menos ainda são os que vomitam.
O problema, penso eu, é que pouca gente sabe o tamanho do buraco que resolveram dar pitaco. A maioria das pessoas que reclama da greve, nem sabe o que significa isonomia. Não estou querendo me engajar, pelo contrário. Com esses lances de vestibular e problemas pessoais amorosos, familiares e medicinais, estou vendo a greve de uma distância curta, mas que ainda é uma distância dos que atuam. Tanto que não quero falar nada dos problemas em si, quero só falar o que acho das pessoas.
Principalmente dos que gritam: Maconheiros, vagabundos.
É que de toda esta história, penso que esses aí são é os mais imbecis. Pois, quando questionados, sempre respondem que está tudo uma merda, que a corrupção é um demônio e que as pessoas são umas acomodadas. Mas quando alguém faz alguma coisa pra mudar, qualquer coisa que abale as estruturas e mostre que não estamos contentes, ou melhor, que estamos putos com a minoria lá de cima, bom, dae lá vem os imbecis retaliar e esmagar tudo, oprimindo os debates gerados da forma mais conservadora e escrota possível . E o que é mais estúpido, ultimamente, via facebook.
Não percebem que a discussão transcende problemas de maconha, e que há muito já está na esfera da legitíssima discussão sobre a liberdade.
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Hoje enquanto eu desenhava, graciosamente, eu cutucava minha orelha com um lápis. Quando eu percebi, sobre a mesa haviam um desenho foda de faroeste, meu estojo e um lápis sem ponta. E neste momento, talvez eu tenha alcançado uma sapiência de espírito: A greve, as ideologias, os problemas com as mulheres, com a família, os medos e anseios, são na verdade grandecíssimas bobagens quando, fincado no seu tímpano, existe uma ponta de lápis 4B praticamente impossível de ser retirada com os dedos, outros lápis e conectores de fones de ouvidos.
O post de hoje é em homenagem aos clipes de papel desentortados, que me salvaram desta e que, de tantas outras sei que ainda vão me salvar.

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