quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

quarta

Situar-se em esferas políticas e existenciais, equacionar razão com sentimentos, firmar-se indivíduo e membro de uma sociedade, atuante nesta até quando não, inevitável condição de encaixar numa caixa de fundo solto uma produção de capital que garanta a sobrevivência e uma produção cultural e de conhecimento que, talvez, garanta a vivência, desconsiderando que as coisas podres só tendem a piorar, que o buraco é bem maior e mais embaixo, cavado em pás feitas de gente, progresso espiritual retrocedente, culpa coletivamente dissolvida, faz do inimigo oculto, do amigo nem sempre, e nos apegamos a eles todos, na condição de que se apeguem a nós também, confluência de carências em que vivenciamos descobertas e tentamos nos manter focados em soluções nem sempre compartilhadas, incentivadas, valorizadas, diariamente lidando com demônios e encostos das mais diversas origens e camadas do inconsciente, consciente, matéria opaca e fim deprimente a frente, preguiça explícita, respostas compostas de verdades insóbrias, ditas em tom confuso num show em que virar de lado é consentir que tomem nosso lugar, tendo que engolir a raiva pois tanto faz mesmo, só veríamos no fundo o pano de fundo, a leve camada de pensamento cor de bosta que diz que isso tudo ainda é nossa vida, que é uma só, e acaba, tenha sido bem utilizada ou não.

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