terça-feira, 27 de dezembro de 2011

terça/quarta




O rapaz não entende que não dá pra entender, não é pra entender. Essas coisas de amor e essas coisas de sentido, você sabe. Até ontem danoninho, depois camisetas do kiss, garrafas pra se aparecer, convites de mudança radical e depois quando percebe tá assistindo as palavras saírem da boca das pessoas como se carregadas pela fumaça. Todo mundo fuma, todo mundo. Uns só não sabem. E quando a cabeça do fósforo muda de cor, e movimenta o tabaco e todo aqueles filtros na dança da enfizema, bem, você sabe querida, é o cigarro que está fumando agente. Respira e corre, que logo atrás vem os complexos, logo atrás deles a herança genética, e por fim um querubim sem graça, sem graça, com uma espada na mão pro caso de que o pulso comece a não querer mais ser usado de verbo. O que resta para o mundo são cartas com promessas ressentidas para garotas desconhecidas, um aceno de mão fraca de quem perdeu as forças mas não desistiu de reconquistá-las para perdê-las de vez, então num outro lugar, num outro momento e com outros cachos de cabelo. A piada da vez é a que contam no bar da esquina, a que diz que o menino não consegue se concentrar. Não sabem nada. Um último respiro, aperta o gatilho que acerta a corda que segura o cofre que cai em cima do tom, e do jerry também, porque aqui é todo mundo bandido, todo mundo tem seu rabo preso por um delito qualquer. Se o amor não fosse assim como é, seria lei. 

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