quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

quarta

Pinhal tem dessas, picos de loucuras alternados com tediosos rolês desérticos. Estudos de manhã, muros pela tarde, e a noite nunca se sabe.
Reencontros com velhos amigos andam me fazendo acreditar que cada um vai construindo um próprio mundo, e vai de pouco em pouco aprofundando-se nele, até que, infelizmente e inevitavelmente, muitas vezes o ponto de contato que existia num passado perde-se e a esfera em que nos interseccionavamos torna-se todo o assunto que temos.
Uma merda.
Mas ainda assim outros amigos, como os de hoje, fazem rolês de merda serem engraçados, e mesmo sem ninguém perder a sanidade, e chegando cedo em casa, é possível não sentir que a vida é uma bosta, e ainda dormir tranquilo.
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Hoje cedo fiz um pacto com o tempo, que aliás, é uma pessoa. Mas não dá pra explicar pra vocês.
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Desenhei um jesus para a Maria, moça que trabalha aqui em casa e que desde que eu era criança e ensaiava uns covers do sepultura e do superjoint aqui no quintal de casa, ela vinha dizer que eu ainda ia tocar pra jesus.
Ela é evangélica, doa boa parte do seu salário pra igreja e é feliz, mesmo com centenas de poréns que a vida dela teve, e eu juro que a vida dela teve poréns.
Diz que sua alegria é uma benção de Deus por ela ir a igreja.
Amén.
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Um dos pontos que eu discordo do Mouro, é quando penso que soluções sociais não podem desconsiderar os indivíduos.
Acho que duas grandes correntes do pensamento contemporâneo, se não forem as mais importantes, são as subsequentes e o próprio Marxismo, de um lado, e do outro, as derivadas de Schopenhauer, Nietzches e Freuds, e ela própria.
De um lado, mudanças pontuais nada alteram se o sistema em sua totalidade é falho.
Do outro, nada adianta mudar o sistema se os indivíduos que o formam são falhos.
Complicado pra caralho, muito mais profundo do que eu posso imaginar, e muito mais complexo do que as respostinhas de salão podem responder quando dizem que é preciso um equilíbrio e bla bla bla.
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Overdose matinal de Leminski, Lewis Carrol e Douglas Adams. Foda e foda. Foda porque os caras são fodas, e foda porque esse teor de leitura indica uma tristeza das grandes tentando ser suprimida.
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