sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Sexta legal














Quer saber a real? Esqueçam o que eu disse faz uns dias, quando eu disse que tinha começado um negócio, que não era nem bem nem quadrinho, nem também outra coisa. Esqueçam essa bosta que falei, e foda-se. Já entrei em crise, foda-se e tô em outra. O texto que era meu norte eu já não curto nem um pouco. Não sei se é diretamente proporcional, mas fiquei perturbado após um certo combo que se passou nestes dias.

Assisti uma peça do Jodorovsky dirigida e com atuação da Maria Alice Vergueiro, a mulher mais foda que já vi.
Assiti no cinesesc o daquele instante em diante, um documentário fodido sobre o Itamar Assumpção.
Encontrei-me com certos textos da Margem da Margem, do Augusto de Campos, e algumas correspondências do Leminski e mais um pouco do Catatau.
Escutei uma invenção do Bach com o Dan, meu camarada.
Teve também o Lourenço Mutarelli e seu último livro, o do Et.
Eu e o Pê ouvimos um som, Amiri, que regaçou com tudo o que era possível em questão de flow e de rap.
E o filhadaputa desse meu bom amigo, o Mouro, ainda me lembrou hoje diversas coisas que eu tinha esquecido sobre o meu rolê na vida.
Detesto esse cara, o mouro.

Ou seja, fudeu. Perdi o chão. Varei a noite tentando resolver o roteiro/texto/livro que era a essência do que eu ia fazer e não deu certo. Seis meses matutando uma coisa que agora não faz mais sentido nenhum! Mais uma coisa que vai acabar na gaveta de uma pasta esquecida na área de trabalho
O bom é que pelo menos tive outras idéias. Isso, isso, pelo menos isso: tô em outra. A fila das idéias anda, ou algo assim.
Eu não sei direito, nunca estive tão confuso na minha vida inteira, nunca tive que relacionar tantas coisas ao mesmo tempo e conseguir manter minha individualidade em meio a tudo isso. Se pelo menos eu conseguisse ser um budista, essa história de individualidade eu já teria superado, ou pelo menos tentado. Nam mioho rengue kio, eu repitia quando era mais novo.
As coisas eram mais fáceis antes de eu ficar buscando sarna pra me coçar , pois, além de tudo, penso ser esta busca uma busca por melhores ferramentas para eu conseguir resolver meus próprios problemas, mas a fita é que essas ferramentas exigem perícias cada vez mais específicas e mais bem adequadas, que trazem junto delas, pra minha vida, uma gama problemática cada vez maior.
Problemas que resolvem problemas com mais problemas.
E ainda existe a vida que eu quero viver porra. Tenho muitos bons amigos pra fazer, lindas garotas pra conhecer, bons shows pra ver, piadas pra viver e eu preciso relaxar, é o que dizem. Eu sei, eu sei.
Por isso a partir de amanhã, estarei em pinhal deitado com minha barriga enorme numa rede daonde só saio pra pescar e beber kaiser.
Mentira. Kaiser não dá. E também to levando milhões de livros de poesia concreta, se alguém se habilitar colar em casa pra trocar uma idéias e desenhar com eu e os três meninos do concreto, bem vindos.
É foda, nerdizinho doente eu to virando. Imbecil que já não sabe mais separar as coisas. Deve ser coisa da idade. Uma fase da vida. Uma adolescência tardia, excessivamente doente pra comunicar algo que nem sabe o que é, só que, como não viveu nada ainda, pois tem míseros 19 anos, tem que ficar preenchendo tudo com teoria, filosofia, reflexões e essas besteiras todas.
E é isso, me exponho aqui, com a condição de que vocês entendam aí. Sei que é difícil conseguir entender o além texto. Aliás, esse é um dos motivos que eu larguei meu texto guia com todas as imagens que eu já tinha feito, pois eu não conseguia entender o além texto dele.
Ah mas que bela que bosta.
E tem tudo a ver com essa inquietação. Inquietração, tudo bem. Mas ainda inquietação.

Bom, já sei como explicar. Para saber os meus exatos problemas, adeque o texto abaixo ao nosso momento histórico, transcriando-o de forma ideogrâmica:

_Vai naquela máquina e liga essa porra,
_Mas quem é esse cara porra?
_Cê não viu que esse cara é viado, porra, ele ta aqui pra, é espião esse cara aí, porra,
 _como é que pode ser de verdade uma porra dessa, quer fuder com todo mundo,
_ó o pau vai comer pra cima deste viado,
_vamos acertar ele direitinho agora em,
_o  negócio é o seguinte, o pau vai comer solto agora e vai todo mundo pra trás,
_ah vou ver se acerto esse filho da puta.
(Pooou)
_CARALHO!
 _não fiz nada, ele que começou a brincadeira, ele que começou e agora se fudeu.

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